por: Ricardo Oliveira
Foi o dia da mudança. Ela acordou pela manhã decidida, ela abdicaria de sua antiga vida e começaria uma nova. Jogou fora seus planos e horários e resolveu sair para sentir a brisa da manhã. Pegou sua bicicleta, companheira de muitos anos, e se jogou no asfalto. O caminho que acompanhava o mar estava lindo, o sol brilhava e o vendo que vinha de encontro ao seu peito era refrescante. Ela se sentia livre, seu coração palpitava tão rápido que parecia que iria sair pela boca. Boca a qual havia um sorriso. Era o sorriso mais verdadeiro que ela já havia dado na vida. E fosse quem cruzasse seu caminho já iria se sentir feliz apenas por ver aquele sorriso. Seus olhos claros se fecharam por um momento a fim de se desligar um pouco do mundo real. Ela pode então sentir o que a vida era de verdade, o vento batendo contra teu corpo, o som das ondas e o canto dos pássaros. Mas foi enquanto seus olhos ainda estavam fechados que a mudança realmente ocorreu. Ouviu-se um barulho de metal batendo no chão, e pequenos gritos, talvez de dor ou de susto. Ela em sua distração acabou por acertar um pobre rapaz, após as devidas desculpas e apresentações houve um silencio. Embora as bocas permanecerem fechadas os olhos estavam sorrindo. Ela a fim de recompensar o rapaz por qualquer dano o convidou para que ele se juntasse a ela num café da manhã. E ele aceitou. Hoje já não se escuta mais noticias daquele casal que se conheceu de forma tão inusitada, mas se minha opinião vale de algo, eu acredito que os dois continuam juntos, tão felizes quanto duas pessoas que se amam devem ser. Embora toda essa história possa parecer absurda e falsa, ela é a mais pura verdade. E se você não acredita em mim pode perguntar a qualquer um, pois todos conhecem a história daquela garota que resolveu tomar coragem e tentar a felicidade naquela manhã de verão.
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