terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O décimo segundo mês.

por: Ricardo Oliveira


*sim falta revisão* (fuuuuu...)

Estamos em dezembro, o último e mais festivo mês do ano. Ao longo da vida você acaba percebendo certos padrões no mês de dezembro. Tem de tudo! De amigo secreto até o famigerado ano novo. Mas é também nesse mês que nosso querido Brasil assim como tantos outros países do hemisfério sul se encontra no verão. Ah o verão!  Tudo isso em apenas uma estação. Obvio que devido às mudanças climáticas o verão hoje em dia é bem diferente de quando éramos mais novos. Por exemplo, me lembro de quando eu era criança, você tostava o dia inteiro na praia para sentir de noite aquela brisa marota que amenizava as dores das queimaduras de sol. Mas hoje em dia é diferente.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Um som lá fora.

por: Ricardo Oliveira


Esta noite eu estava de novo no escuro tentando escrever. Nada saia de minha cabeça, talvez fosse um bloqueio mental, ou uma falta de inspiração, mas quem sabe esta fosse a prova de que eu não tenho muita vocação para a coisa. Mas mesmo assim minha mente tentava se prender a algo, mas sempre acabava divagando. Foi então que de súbito minha tentativa de concentração foi por completo interrompida. Ouvi na rua um som de caminhão, pude ouvir o som do giro do motor que aumentava até que finalmente mudava a marcha. Mas até este som parou, não por completo, pois eu ainda podia ouvir o som dele funcionando do lado de fora. Me levantei a fui até a janela, na rua não havia nada, o semáforo continuava mudando apenas para as almas, mas o som ainda estava lá. Eu me perguntava se era um caminhão de carga, ou um de lixo. Apesar de não ver nada eu criava histórias que suportassem ambas as hipóteses. Existem lojas do outro lado da rua, quem sabe haja uma entrega noturna, o que eu imagino que deva ser um trabalho tanto interessante quanto desgraçado. O silencio da noite enquanto você roda de lugar em lugar apenas entregando coisas com as quais você não se importa, mas com certeza o frio deve ser de matar!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cores no amor? Talvez.

por: Ricardo Oliveira

Qual a cor do amor? Talvez um azul claro, um azul que traga calma e tranqüilidade, a mesma tranqüilidade que temos quando assistindo junto a nossa amada o sol se por num lindo mar de verão. Mas o amor nem sempre é calmo, então o amor não pode ser azul. Às vezes o amor é triste, é morto então o amor poder ter a cor cinza. Mas um amor morto quase nem é um amor de verdade, então cinza não serviria para este nosso amor. Nosso amor tem paixão e a cor da paixão alguns dizem que é o vermelho, o vermelho incita, nos traz vontades e desejos, aquele mesmo desejo que temos de agarrar aquela mulher e jogá-la na cama arrancar suas roupas e descobrir o que cada parte de seu corpo nos esconde. Mas nem sempre podemos satisfazer estas nossas vontades do amor, então o amor nem sempre é vermelho. Apesar de existirem infinitas cores no universo não sei se eu poderia atribuir cada uma delas ao amor, então se você me perguntar qual a cor do amor eu sinceramente não teria resposta para você. Mas se você me perguntar qual a forma deste meu amor eu terei então uma resposta sincera para lhe dar. Para mim este meu amor tem a tua forma, para mim meu amor é você.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aproximação desejada.

por: Ricardo Oliveira

Prova de conceito: o desejo que foi provido pelo amor. De olhares desconfiados para sorrisos maliciosos. Instantes se passam  até que percebem que devem desviar as atenções, de certa forma é uma maneira de auto preservação. Mas o corpo sabe que necessita daquilo. Quanto mais o tempo passa mais eles percebem que o confronto é inevitável. E assim com aproximações controladas há o estudo, a avaliação. Mas como já disse o confronto era inevitável e logo em seguida não se sabe se aqueles dois corpos foram realmente feitos para permanecerem separados.

Não fazia sentido.

por: Ricardo Oliveira

Onde era para haver toque apenas as palavras se fizeram presentes.
Num universo literário sem sentido e calor, a incerteza usou de casa.
Olhos que encaravam com fervor, mas uma boca que tinha receio de machucar.
A respiração que ficava ofegante, e o pensamento que já não fazia tão bem seu papel.
No final não houve escolha, apenas colocamos nossas cabeças a baixo e mumuramos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Escolhas que não tomamos.


Por: Ricardo Oliveira


Fizeram-se então duas semanas desde que eles haviam terminado. Na realidade o ultimato partiu dela, sem referencia, sem explicações nem nada. Houve apenas poucas palavras e olhares que não se cruzavam. E desde aquele dia ambos não dormiam bem, acordavam na mesma hora da madrugada, despertos de pesadelos e inquietações. Caminhavam apenas porque o corpo permitia, já que a menta não pensava em outra coisa. E choravam quando viam as fotos que haviam tirados juntos. Estava sendo difícil, sem duvida nenhuma.
Ele já não agüentava pensar naquilo. Tentou então conhecer outras garotas, mas em cada uma delas via o rosto de sua amada. Achou então que poderia fazer algo mais físico. Um dia pegou todas as fotos e colocou em um saco de lixo, cinco minutos depois estavam todas sobre sua cama novamente. Seu amigo tentou ajudar, mas foi em vão. Nada fazia que aquela garota saísse de sua cabeça.
Ela tentava não se culpar tanto, mas não havia como se esconder da grande mancha negra que habitava sua consciência. Ela não queria explicar aos amigos em comum o porquê de não estarem mais juntos. Nem para a sua amiga mais próxima quis dizer algo. Havia todo um mundo de motivos para os outros, mas para ela o motivo era simples de ser dito, mas complicado de ser explicado, e quase impossível de ser entendido.

domingo, 28 de novembro de 2010

Um amanhecer para se lembrar.

           Por: Ricardo Oliveira
*falta revisão*

Sempre faz frio aqui no topo a essa hora. A brisa vinda do mar é mais forte aqui. As estrelas já começaram a desaparecer isso significa que está quase na hora do sol nascer. Depois que eu a conheci esse lugar se tornou especial, antes dela era apenas um lugar qualquer. Mas agora sempre que venho aqui me lembro dela.
Eu me lembro de quando eu a conheci. Estava escuro, e o bar lotado. Havia uma banda local tocando, era algum tipo de rock, mas um pouco mais moderno, eles tocavam bem. Eu estava sentado em uma mesa um pouco mais afastada do palco. Eu tomava uma cerveja e conversava com o dono do local. Um amigo meu, seu nome era Beto. Beto e eu conversávamos sobre qual o melhor diretor de todos os tempos. Enquanto ele defendia com unhas e dentes Scorsese, eu me segurava fiel a Coppola. Talvez fosse o tipo de discussão que não chegaria a lugar algum, mas nos entretinha com certa alegria.
Pude perceber que alguém tirava fotos da banda, alguém que se movimentava se parar, de um lado a outro do palco. Fiquei curioso e perguntei a Beto quem era tal pessoa. Ele disse que era uma fotografa que queria tirar algumas fotos do bar naquela noite.
-Seu nome é Ana. – ele me disse.
-Ela é daqui? – perguntei sem saber o porque do meu interesse nela.
-Não, na verdade eu não sei de onde ela é. Ela só me procurou perguntando se poderia tirar algumas fotos, eu autorizei e nunca mais a vi.
-Hmm, ele me parece bem bonita.
-Sim, e ela é. Está querendo conhecer ela é?
-Só curiosidade mesmo.
Instantes depois a banda parou de tocar. Ana veio até a nossa mesa.
-Seu bar é incrível!
-Muito obrigado, está se divertindo?
-Sim muito! Estou tirando fotos maravilhosas.
-Que bom. Este é meu amigo Pedro.
Eu a cumprimentei, e a convidei para se juntar a nós. Ela disse que não queria atrapalhar nenhuma conversa. Para minha sorte Beto teve que nos deixar para resolver um problema no caixa. Então eu disse:
-Agora estou sozinho, você não vai me recusar de novo, vai?
Ela então se sentou e disse:
-Você, realmente sabe como persuadir uma mulher.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Uma noite qualquer.


Por: Ricardo Oliveira
Edição: Beatriz Marques Oliveira



Ele se escondia atrás do sofá com o coração palpitante, enquanto ela berrava para tentar conter o choro.
– Canalha! Seu miserável! – entre um insulto e outro ela limpava as lágrimas de seu rosto, já borrado devido a maquiagem.
Até que de súbito veio o silêncio, e naquela sensação de segurança, ele achou que o pior já havia passado, achou também que era a chance de contra-argumentar. Com cuidado foi se levantando, e quando seus olhos já estavam quase à altura de vê-la, a única coisa que pode fazer foi deitar-se novamente, numa tentativa de se esquivar do cinzeiro que vinha voando em sua direção. Pôde-se ouvir o som do cinzeiro de vidro se quebrando na parede a casas de distância.
– Sua maluca! Vai acordar todo mundo!
– Que acordem! Assim vão saber o safado que você é!
            – Do que você está falando?! Você também não é nenhuma santa!
“Meus deus, como chegamos nisso?” pensaram ambos com tristeza.
De fato, os caminhos percorridos até aquele momento talvez possam nos explicar algo. Vamos então voltar um pouco no tempo, ao início da noite mais precisamente.

Três dias para a eternidade.


Por: Ricardo Oliveira
Edição: Beatriz Marques Oliveira

Então é isso? Eu aqui parado olhando pros dois, ela não sabendo se olhava pra mim ou pro sujeito, e esse cara que eu nem sei quem é olhando pra ela com esse sorriso besta. Porque eu tive que vir na casa dela mesmo? A é lembrei!
Transamos ontem e ela nem ligou ainda, será que eu devo ligar? Não seria dar uma de desesperado. Mas calma ai, eu to desesperado porra! Meses idolatrando ela, e essa foi a primeira brecha que ela me deu, ah eu tenho que ligar! Eu vou ligar! Só falta eu achar o celular. Mas cadê aquele filho da puta? Ah achei, ah que merda sem bateria, o inferno, agora tenho que achar o carregador. E foi isso depois de 2 horas para achar, carregar, ligar, comprar crédito, colocar o código de novo porque eu li errado, esperar chegar os créditos, e finalmente poder ligar, descubro que ninguém atende. Ah então vou mandar uma mensagem, será que eu coloco uma carinha feliz no final? Não, muito ridículo. Bom acho que vou terminar aquela página e tomar banho. Mas, e se... e se ela ligar? Melhor não tomar banho.

Cruzada urbana.

Por: Ricardo Oliveira


Caminhar tem se tornado uma tarefa mais ardua a cada dia que passa. É difícil se mover do ponto A até o ponto B, sem ao menos ter passado por outras letras querendo ou não, chega até ser engraçado como quando chegamos ao nosso destino e pensamos 'Meu Deus, de onde eu sai ?'. Descemos a rua, e alguém nos aborda, é um pedinte, ele tenta se fazer de amigo, até parece ser humilde, mas nada disso amolece nosso coração de pedra, dizemos que não temos nada e saimos andando sem olhar para trás, talvez nós não olhemos para ele de novo por medo! Medo de querer ajuda-lo, medo de gostarmos dele, e é por isso que continuamos nossa cruzada pessoal até o nosso destino. Quanto mais vamos nos deslocando cruzamos com mais e mais pessoas, e se você simplesmente prestar um pouco de atenção nelas, poderá imaginar as mais incríveis histórias de vida e assim podemos teme-las ou admira-las, mas tudo isso não passará de suposições; e sabem porque ? Pq nós nunca iremos conhece-las de verdade, elas sempre serão desconhecidas para nós!! Na verdade todas as pessoas do mundo serão sempre desconhecidas de certa forma, nunca sera possível conhecer alguém de verdade, pois nem elas mesmas se conhecem por completo!! E talvez seja melhor assim. Em uma esquina há o desconhecido, há o assustador, algo dentro de nós nos diz para não vira-la, mas que de dane!! Nós a viramos mesmo assim, pois o desconhecido é tentador, é pecaminoso, é sensual, e adrenalina!! Mas não é nessa esquina, é apenas um cachorro deitado, espero que ele esteja tendo bons sonhos. A cada rua, a cada casa, a cada pessoa que deixamos para tras nos deixa mais perto do destino, do nosso Santo Graal urbado, e enfim chego aonde sempre quis chegar, me sento e peço meu café.

Tudo como deveria ser.

Por: Ricardo Oliveira


Olhei no relógio e já eram quase três da madrugada o silencio imperava no apartamento então imaginei que ela já estivesse dormindo, eu estava errado. Primeiro veio a mim som dela se levantado da cama do quarto ao lado, o único do apartamento, após pude ouvir seus passos, eram leves como se ela não quisesse que eu a escutasse vindo, mas o silencio era tão grande que eu quase podia ouvir os pensamentos dela. E após alguns poucos segundos que mais pareceu uma eternidade os meus olhos finalmente a encontraram.
Ela usava a camisa azul clara que eu havia lhe emprestado para dormir e nada mais. Ela que não era muito alta fez daquela camisa uma espécie de camisola. Apenas os 3 botões centrais estavam atados o que deixava a mostra em cima uma ou outra curva de seus peitos, enquanto embaixo podia se ver sem muita dificuldade sua calcinha.
A noite estava quente como o de costume e a porta aberta da varanda permitia que uma leve e refrescante brisa da noite amenizasse o calor. E ela lá parada encostada a parede com os braços cruzados apenas me encarando com um olhar de quem espera respostas. A verdade é que eu tinha mais perguntas do que respostas para dar a ela. 
O único som que se ouvia naquele pequeno apartamento era o do relógio em cima da televisão, um som seco rápido e sistemático. Talvez apenas para lembrar que o tempo continuava caminhando, e que aquele momento em algum instante futuro seria apenas mais um momento passado.

Tudo como é.


                        Tudo como é.


por: Ricardo Oliveira
Edição: Beatriz Marques Oliveira

Eu havia viajado. Sai de casa, passei horas dentro de um avião, apenas para estar lá. Não era muito bem onde eu tinha planejado, afinal, como eu planejaria estar na casa de uma pessoa que eu mal conversava na época da escola? Ainda mais devido a um convite que chegara em minhas mãos misteriosamente.
De qualquer modo, eu estava lá, revendo pessoas, a maioria delas eu nem sentia assim tanta vontade de rever, não porque eu não gostasse delas, mas porque eu simplesmente não me importava. Entretanto, é claro que havia aquelas pessoas que eu gostava de rever, elas me  lembravam que a época de escola não havia sido tão ruim assim. Dentre todos os outros, importantes ou não, ELA estava lá, me fazendo sentir que ter aceito o convite para o churrasco fora uma boa escolha. Não éramos c0mpletos desconhecidos, vez ou outra nos falávamos.
Eu a observava de longe, deslumbrante sentada naquela cadeira de metal. Sim ela estava com as pernas cruzadas, uma das mãos segurava um copo pequeno de cerveja, enquanto a outra repousava sobre a perna. Usava um shortinho jeans e uma blusinha solta, que de vez em quando mostrava a alça do seu sutiã que era preto, seus cabelos se escorriam sobre o ombro esquerdo. Assim estava ela, ao lado do seu namorado. Um rapaz alto, que eu não tinha certeza se era loiro ou castanho, certamente já os vira juntos ano passado, mas não tinha muita certeza.