quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Planos.


por: Ricardo Oliveira

Não vou mentir, eu sonhei mais do que devia. Mas foi por pura inocência. Fiz milhares de planos, planos que até mesmo eu sabia que não poderia executá-los. E o problema de quando se tem tanto tempo como eu tive para alimentar esse tipo de coisa é que: a decepção só tende a ser maior quando tudo dá errado. Imaginei milhares de vezes como tudo seria. Fiz e refiz inúmeras cenas imaginarias do futuro. Mas de que tudo isso adianta quando nada vai de acordo com o plano? Mas não foi culpa minha. O problema desses planos é que quase sempre terceiros tem um papel importante neles. E quando esse terceiro age de maneira inesperada você não sabe o que fazer. Mas no final a culpa não foi dessa pessoa. A culpa no final das contas acaba sendo nossa por se preocupar tanto com o amanhã e deixar de prestar atenção no hoje. Vai ver aquela pessoa nem agiu tão inesperadamente assim. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

Uma pequena escolha.


por: Ricardo Oliveira

- E porque ela?
-Como assim por quê?
-Porque logo ela e não outra mulher?
-Hmm. Sabe, dizem por ai que a nós não escolhemos por quem nos apaixonamos...
-E você acredita nisso?
-Não. Nós escolhemos sim por quem nos apaixonamos. E eu a escolhi. Sabe, me disseram coisas sobre ela, coisas que desanimariam alguns no meu lugar, mas eu? Nem dei bola, para mim ela seria alguém que eu mesmo iria conhecer por mim mesmo. Alguém que caberia a eu desbravar e ver com os meus próprios olhos. Não digo que hoje eu a conheço por completo, conheço bastante coisa, mas não tudo. Talvez leve mais de uma vida pra eu descobrir cada pequeno detalhe dela. Mas voltando ao lance do escolher e tudo mais. Foi eu que a escolhi. Ela foi a única que me cativou de verdade, a única que me fazia feliz em todos os momentos. E por essa paixão ter sido uma escolha minha, não cabe a ninguém julgar. Aqueles de fora, serão apenas isso: pobres almas que podem apenas assistir a minha alegria de quando estou ao lado dela, mas nunca saberão de verdade o valor dessa felicidade.
-Acho que te entendo melhor. Algo que queira adicionar?
-Sim. Eu escolhi me apaixonar por ela, e se há algo que posso dizer com toda a certeza do mundo é que: nunca me arrependi de ter olhado para ela e dizer “Eu te Amo”.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Três palavras que mudam vidas.

por: Ricardo Oliveira

Ao decorrer da historia da humanidade sempre houve momentos em que simples palavras mudaram tudo. Grandes líderes levaram multidões ao êxtase total proclamando simples palavras, mas usadas em sentenças perfeitamente pensadas, e também, palavras ditas num lapso de atenção levaram homens a desgraça total. No caso daquele casal foram três simples palavras, que juntas formam a sentença mais poderosa jamais criada pelo ser humano, que mudou tudo. Quando ele tomou coragem e disse, mesmo que de cabeça baixa, “eu te amo” tudo mudou. Ela ficara sem palavras diante daquelas três palavras; para ela na havia nada que podia ser dito. Responder com a mesma frase poderia soar indiferente, e o que ela menos queria era que ele achasse que ela não o amava. Então o que quebrou aquele breve silêncio não foram palavras, e sim um gesto. Ela então com delicadeza tocou o rosto dele, o levantou e o apontou para si. Ela sorriu e o beijou. Após aquele pequeno, porém apaixonado, ela disse em seu ouvido: “Eu também te amo”.  O que olhando de fora pode parecer bobo e banal para eles fez toda a diferença. Quando ele dizia “eu te amo” para ela, ele de fato esperava algo em troca, o que ele esperava era o sorriso dela. Quando ela dizia “eu te amo”, ela também esperava algo em troca, ela esperava que ele dissesse o mesmo no pé de seu ouvido. Era uma troca mútua de palavras. Mas hoje eles já não podem dizer essas palavras um para o outro. Hoje separados pelo destino o que lhes resta é recordar dos tempos em que, simples palavras faziam arder a paixão que ainda habita o coração de cada um. Mas a verdade é que, enquanto uma das partes manter acesa esta chama, a outra também manterá. E assim como tem sido desde o inicio dos tempos, as conseqüências daquelas três palavras ecoará para sempre dentro de cada um.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Aquilo que todos nós temos com que lidar.

por: Ricardo Oliveira

Sempre há aquele sentimento de que o mundo acabou, de que os pássaros morreram e de que o sol nunca mais vai nascer. Mas tudo isso são apenas respostas sinceras e naturais do nosso corpo. Alguns chamam de inferno astral, outros de tristeza, mas eu tento não dar nomes à sentimentos que não merecem serem nomeados, por isso chamo apenas de "aquilo". Aquilo quem vem logo quando algo acaba, o "aquilo" que vem conversar com você está triste, apenas pra lhe deixar mais pra baixo. Esse tal de "aquilo" é tão presente que já penso em até dar a chave de casa para ele, assim me poupa o drama de ficar naquela dúvida de se deixou ou não eles entrar.  Ele vem bem de vagarinho, se hospeda sem você perceber e vai ficando. Mas hoje descobri como mandar o "aquilo" embora. Tente mostrar pra ele fotos alegres; aquelas fotos que você tirou com ela (mesmo que ela seja o motivo da visita do "aquilo"), ou aquelas fotos da viagem que você fez com a turma, sabe? Ponha um mú0sica alegre, uma música bonita, Marcelo Jeneci dá conta do recado, e cante! Isso mesmo, cante junto com a música! Faça planos, sonhe acordado, caminhe nas nuvens enquanto você sonha. Conte para alguém que o "aquilo" está na sua casa, e com certeza essa pessoa irá lhe ajudar a se livrar dessa visita chata. Coma chocolate, faça seu chá favorito, beba uma cerveja, ou mesmo fume um cigarro. Faça tudo o que você quiser, e mesmo que você não possa fazer nada que queira, crie planos!  Crie um motivo para sorrir. Crie um plano de reconquista, ensaie as palavras que você irá dizer à ela. E se depois disso tudo o aquilo não for embora. Bom... sinto em lhe informar mas, parece que é você que está na casa dele e não quer embora, e não o contrário. 

Um final digno para uma linda peça.

por: Ricardo Oliveira

Quando não encontramos motivos suficientes para culpar outra pessoa é quando devemos começar a pensar se não somos nós mesmos o culpado. Somos culpados de nossa própria dor e tristeza. Ninguém nunca nos prometeu nada, mas mesmo assim criamos expectativas. Mesmo naquela inocente brincadeira de sonhar acordado e planejar um futuro bonito, é ai que criamos nossa própria armadilha. Mas não culpo ninguém além de mim mesmo. Foi eu que sai, fui eu que abandonei quem nunca foi embora. E no final, brilhou como se fosse um troféu de ouro, a verdade que sempre esteve presente. Depositamos secretamente sobre os ombros dos outros uma carga de obrigação, uma obrigação que muitas vezes é formada por egoísmo. Mas cabe a ambos os envolvidos nessa peça teatral a nunca se daemr por vencidso. Cabe aos participantes darem um abraço e dizer que orgulho, “fizemos o que julgamos ser o certo”. E no final quando a cortina se fechar, vamos embora, mas sempre nos lembrando como foi bom tudo o que fizemos juntos. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Jardins de paixões.

por: Ricardo Oliveira

E como o poeta já dizia, “posto que é chama que seja eterno enquanto dure”, tendo isso em mente, não há porque chorar. O segredo da boa vida está em não achar que tudo é infinito, pois se até a vida acaba em certo ponto porque esperar o oposto do amor? Mas a verdade é que mesmo a paixão e o amor sendo finitos físicamente, nós podemos transformá-los em algo eterno. Podemos transformar cada mero minuto em algo tão duradouro quanto o próprio tempo.
Trata-se de uma tarefa muito simples na realidade, onde você pega cada simples momento daquela paixão e a transforma em um botão de lótus, ou rosa, ou sejá lá qual for a sua flor favorita. E quando essa flor desabrochar bem na sua mão assista enquanto uma torrente de energia irá inundar tudo ao seu redor. E quando você tiver flores suficientes ponha cada uma delas lado a lado, e crie um jardim para a alma.
E então quando o fatídico dia chegar, quando a paixão se apagar, e quando o amor morrer; se lembre daquele jardim cultivado nas bases do amor e do carinho. Quando você for contemplá-lo no futuro observe-o com paz e sem pressa. Se você sentir raiva afaste-a de você o mais cedo possível, pois naquele território as únicas emoções permitidas são as boas; as mesmas que você sentia quando aquele amor ainda era vivo.
E não se preocupe se você achar outra paixão, há espaço suficiente no coração para infinitos jardins.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Um lindo casal [2].


  Obs: este texto é uma continuação do anterior e não foi escrito por mim, nomes foram alterados.

Acordei algumas horas depois, com o meu celular tocando. Já era 11 e meia.
Era Mariana, me informando novamente sobre o nosso programinha daquele dia. Droga, tinha esquecido! Sexta era sempre dia de se reunir com as antigas amigas da escola, colocar o papo em dia, enquanto ríamos da vida alheia.
Eu o acordei gentilmente, beijando-o na boca,e passando a mão no seu cabelo encaracolado. Enquanto ele ainda despertava, levantei-me a fim de fazer alguma coisa para o nosso almoço. Tomei um rápido banho, sob constantes protestos por parte do dele para que eu voltasse para cama.
Fui para cozinha, ainda pensando no que poderia ser feito para o almoço. Decidi-me a fazer um strogonofe de frango, prato que sempre adorei desde a minha infância.
Fui surpreendida meia hora depois com ele atrás de mim, cheirando ao mais gostoso dos sabonetes, seu cabelo ainda molhado, em mais uma de suas tentativas bem sucedidas de me assustar:
                - É impressionante, disse ele. Sempre consigo te assustar! Como você pode ser tão lenta, hein?
              Dizendo isso, ele riu infantilmente, e eu acabei por rir também.
              - É por que você é sempre tão bom, sempre com uma nova tática de assustar sua pobre mulher. Eu disse, um pouco ironicamente.
              Ele riu de novo, e disse que ia assistir TV. Eu assenti, enquanto voltava aos meus afazeres culinários.
              Cerca de 1 hora e meia depois, estávamos almoçando o meu humilde estrogonofe, o qual ele elogiara com imenso prazer.

Um lindo casal.

Obs: este texto foi escrito por mim em 2009, nomes foram alterados.

Já eram quase dez horas e eu estava na sala vendo TV impaciente, e ela pra variar estava se arrumando, e nós já estávamos ficando atrasados.
Bem, eu até gosto de sair com ela nas noites de sábado, mas essa demora pra se arrumar me deixava doido, embora eu também nem dizia nada. Ficar berrando apressando-a não iria adiantar merda nenhuma, então eu simplesmente me sentava no sofá e começava a ver televisão.
Lá pelas dez e quinze ela estava pronta, e me disse:
-Então vamos?
Pra dizer a verdade eu quase nem ouvi-a falar, ela estava linda, maravilhosa!
E meu chapa, devo dizer, e como ela estava linda! Seu curto vestido que ia mais ou menos até os joelhos pareciam que tinham sido feitos para ela. O vestido tinha uma estampa floral bem alegre e combinava bem com a estação (verão), nos pés uma linda sandália simples, mas ao mesmo tempo refinada. Seu cabelo estava solto, liso e com uma franjinha que me fazia babar cada vez que eu a visse.
Bem enfim entramos no carro e dirigimos até o bar - era um desses bares que os jovens bem sucedidos e os velhos com dinheiro freqüentam. Tinha o melhor chopp da cidade e a comida não era nada má também, e pra variar ele estava lotado! Também, quem que iria ficar em casa em uma noite agradável e fresca como aquela? Com certeza que ninguém!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Foi tudo culpa daquela ali.

por: Ricardo Oliveira 
revisado: Juliana Farat


Sabe aquele dia em que você acorda muito cedo por vontade do universo e fica puto por isso? Então, hoje, meu dia começou assim. Não me entenda mal. Eu não ligo de acordar cedo. Mas ao menos que isso tivesse sido da minha vontade. Meus primeiros pensamentos, pós acordar, foi começar a analisar o mundo ao redor, coisa que até você, faz sem perceber. Por algum motivo achei que já era onze horas ou quase meio-dia, e por algum outro motivo, ainda mais estranho, achei que estivesse chovendo. Pareceu-me normal, se não fosse o fato de ter pintado na minha mente o que achava que estaria acontecendo no mundo a fora. Para mim era quase meio-dia de um dia chuvoso, de céu cinza e vento gelado. Bom, se já eram quase meio-dia, era melhor eu sair da cama. Levantei-me e olhei pela fresta da cortina e não havia chuva, nem céu cinza e nem mesmo vento balançando as folhas das árvores. Decidi consultar meu relógio, eram seis e meia da manhã. Não tive tempo para ficar nervoso, pois logo estava jogado na cama novamente. E foi nesse momento que tudo tomou sua forma suprema, ou melhor, tomou sua forma de sonho. Todo mundo sabe que os sonhos que temos pela manhã são os piores, e são os que ajudam a acabar com o nosso dia, em outras palavras, são estes que nos deixam confusos e transtornados. Pois bem, sonhei com uma loira. Mas não irei descrevê-la com detalhes ou o que ela fazia ou falava no sonho, por ser muito pessoal ou atrevido de mais. Mas, o ponto principal era ela ser loira. Lembro-me de ter conhecido algumas loiras, mas nenhuma delas se parece com a que sonhei, logo, ela não me era familiar. Mas ao mesmo tempo em que ela me parecia desconhecida, eu sentia que a conhecia. E seu rosto passava um sentimento de familiaridade muito assustador. E foi isso que matou o resto do meu dia. Com isso, tudo passou a me irritar durante o dia, até o trânsito que sempre foi algo, que não me fazia diferença, hoje, ele estava insuportável. Resumindo, tudo foi pro saco. Mas chegando em casa todo aquele sentimento ficou do lado de fora da porta. O motivo porque eu escrevo isso, não é para dividir minha raiva, ou reclamar aos quatro ventos. Escrevo isso para ilustrar os poderes que uma mulher tem, mesmo ela sendo inexistente. Fico alegre por um dia inteiro quando vejo uma mulher linda; (digo linda e não gostosa, mas isso é algo a ser explicado em outro texto), passeando pelo shopping e por outro lado, meu dia acaba, quando sonho com uma mulher que conheço e não conheço ao mesmo tempo. Ah essas mulheres... Fico me perguntando se vocês fazem isso por vontade própria ou se tudo isso seria uma grande desventura do destino.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ah essa amarga e doce paixão.

 por: Ricardo Oliveira

Paixão, ah essa doce e querida da palavra. Que muitas vezes é pronunciada sem a devida atenção, já que ao menos para mim paixão é uma palavra tão bonita quanto amor, ou quem sabe até mais. O lance da paixão é que ela é forte, é quase como uma coisa viva, algo que você não controla. Se fosse apenas carinho, bah! Que graça teria? Todo aquele lance das borboletas voando dentro do estomago, os anjinhos tocando harpas ao redor da sua cabeça, e flores brotando ao redor... Tudo uma grande chatice! Um amor de verdade não nasce e nem se estabelece do dia pra noite, você não conhece uma garota hoje e amanha pede ela em namoro amanhã. Na verdade ninguém aceita o fardo de ter um relacionamento sério com alguém sem antes esse alguém ter pisado algumas vezes em você. Acho que no final somos todos um pouco masoquistas, correr atrás, fazer versos de amor para impressionar, comprar um chocolate para ganhar o carinho, são todas etapas de uma verdadeira odisséia! E se no final era amor de verdade, ele não nasceu assim de repente, quem chegou primeiro foi a paixão! Aquele tesão sabe? Aquele desejo a primeira vista é o que decide os próximos passos a serem tomados. Mas a paixão não apenas esse tesão sem nada de maior no meio, a paixão é esse tesão aliado a um carinho que brota do nada. E logo quando você achava que naquele deserto de sal que existia dentro de você nada poderia sobreviver eis que surge aquilo! Não um jardim de flores à lá Versalhes, mas sim um harém porque apenas em um lugar destes um desejo tão profano poderia surgir. Profano mas ao mesmo tempo digno. Digo profano porque é ai que surge aquele sentimento de egoísmo, onde tudo que você quer é pegar aquela pessoa pra você e ir embora daquele lugar, e então alugar um quarto na praia e ficar lá com ela por uma semana, e depois dessa semana ver o que fazer quanto tudo aquilo. Pois bem,  eu só quero que vocês se lembrem disso. Deque um amor de verdade só existe se antes aquela paixão forte, pecaminosa e quente aparecer.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um pequeno recado.

por: Ricardo Oliveira

Não há motivos que me faça querer me esquecer de você. Porque afinal de contas manter essa pequena memória de você é o que me mantém. Cada pequeno detalhe e emoção ainda estão aqui dentro, e eu pretendo manter-los bem aqui.  E não me interessa o que você acha que é o melhor para nós, eu nunca vou te esquecer. E é melhor você começar a se acostumar com isso! Agora, por favor, atenda o telefone...

sábado, 20 de agosto de 2011

Tempo...

Por: Ricardo Oliveira

O tempo que eu tive com ela foi quebrado, dividido em várias parcelas,  e mesmo assim sinto que não tive tempo o bastante.
Minha meta foi a de fazer ela feliz, por isso eu a proibi de falar ou de ao menos pensar no futuro.
Mas em certo  momento acabei quebrando minha propria lei. Fui tolo de dizer o que havia dentro de mim sem medir as palavras.
Mas devo confessar que eu disse aquilo tudo com paz no coração, e que nada foi dito com intuito de ferir ou  magoar. Mas se isso aconteceu peço a ela mil desculpas.
Talvez o que realmente me faltou foi isso: tempo para me desculpar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tardes Preguiçosas

por: Ricardo Oliveira


Era uma Tarde Preguiçosa, daquelas que parecem ordinárias, e por isso ela era tão boa. Tardes Preguiçosas são aqueles dias raros onde tudo parece estar em paz. E antes de me aprofundar um pouco mais neste momento de que eu tanto gosto, devo alertar sobre alguns pequenos detalhes. O primeiro é que uma Tarde Preguiçosa acontece a qualquer hora, existem aquelas tardes noturnas, as matinais e até mesmo aquelas que só começam às três da madrugada – mas esta quase sempre vem junto com a famosa “fossa de amor perdido” – mas não importa quando ela aconteça, pois, ela sempre será uma Tarde Preguiçosa. E segundo, mas não menos importante, uma tarde preguiçosa é totalmente diferente de uma tarde tediosa ou chata.
Tardes Preguiçosas são aqueles pequenos presentes do universo dado ao acaso. E por ser um presente do universo, ou de Deus ou de Buda, ou seja lá de quem você quiser atribuir tal presente, uma Tarde Preguiçosa é algo difícil de entender o porquê dela ser o que é. É como tentar compreender porque aquele sentimento que você nutriu por aquela garota era amor e não amizade, ou ainda mais simples, é tentar entender porque aquela música é tão bela se a letra é tão triste. Você só da conta que uma Tarde Preguiçosa acontece, quando ela já aconteceu.
Podemos passar  a tarde inteira – ou manhã, ou noite, ou até mesmo madrugada – deitados tirando pequenos cochilos daqueles em que dormimos por alguns minutos e acordamos sem motivo algum, apenas para voltarmos a dormir por alguns minutos mais e inevitavelmente acabar acordando de novo. E mesmo após todo esse sono quebrado, acordamos felizes e com um sorriso no rosto. Podemos dormir no pior dos sofás, e na posição menos indicada pelos ortopedistas, e acordar revigorados.
O ambiente também conspira para transformar daquele simples momento sem graça e sabor numa Tarde Preguiçosa. Não há um único barulho que te incomode numa Tarde Preguiçosa. Até mesmo os pássaros parecem cantar uma melodia especial para nós. E os grilos – se esta for uma Tarde Preguiçosa noturna ou de madrugada – fazem seus cris cris em perfeita harmonia com o nosso humor.  E aquela musica que você colocou despretensiosamente para tocar, parece ter sido criada e gravada especialmente para aquele momento, em seu encarte diz em letras minúsculas, “tocar apenas em Tardes Preguiçosas”.
Temos tardes de amor, tardes de festa, tardes de raiva, tardes de cansaço, e várias outras tardes; mas dentre todas elas a Tarde Preguiçosa é a minha favorita. Mas não tente criar uma, pois seria impossível, e nem tente analisar uma tarde ordinária na esperança dela ser uma tarde preguiçosa. Pois Tardes Preguiçosas são como amores passados, quando você for se virar para olhar, ele já não estará mais lá. Por isso aproveita tudo que você puder aproveitar, vai que você está lendo isso numa Tarde Preguiçosa e não sabe.